terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Filosofia e Educação

Estão disponibilizados, aqui, os textos, slides e vídeos pertinentes à disciplina FILOSOFIA da ÁREA COMUM das LICENCIATURAS. Aproveite.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Filosofia do Direito

Estão disponibilizados aqui os textos e os respectivos slides de FILOSOFIA DO DIREITO do 9º período do Direito. Aproveite.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

LapisVia


Lapis Via é uma expressão que tomamos de inspiração da tradução para o Latim do poema drummondiano NO MEIO DO CAMINHO, feita por Silva Bélkior (1982). Ela traduz CAMINHO DE PEDRA.
CAMINHO DE PEDRA é exatamente o caminhar da Filosofia. Uma existência que vai se fazendo calçada, depois de árduo serviço, consumindo braços, pernas e pés.
Este blogue é dedicado à Filosofia, como um caminho que espera pelo seu calçamento. Pedras que vêm de muitas pedreiras: da Literatura, da Pintura, da Poesia, do Cinema, das canções populares.
Este blogue então destina-se a hospedar eventos filosóficos, a divulgá-los, promovê-los e registrá-los. Ele parte depois de uma experiência de quatro anos de ensino da Filosofia através do Cinema no Centro Universitário UnirG (Gurupi - Tocantins) e da Associação dos Professores Universitários de Gurupi (APUG-SSind).
Para celebrar este CAMINHO DE PEDRA, registramos aqui o poema traduzido em sua íntegra:

Media in via erat lapis
erat lapis media in via
erat lapis
media in via erat lapis

Non ero unquam immemor illius eventus
pervivi tam mihi in retinis defagatis.
Non ero unquam immemor quod media in via
erat lapis
erat lapis media in via
media in via erat lapis.



ANDRADE, Carlos Drummond de. Carmina Drummondiana. Trad. Silva Bélkior. Rio de Janeiro/Brasília: Salamandra/UnB, 1982, p.30-31.


CAMINHO DE PEDRA também deve dizer uma outra situação: a do serviço árduo, doloroso. Não o de pedras assentadas apenas, produzindo o calçamento. Mas também aquele caminho pedregoso que nunca é conforto para quem caminha. Pedras ferem. Neste sentido, vale este meu poema:

Caminho

Folhas. Poeira. Pedregulho.
Pés descalços: vida.

Pedras. Sol. Letargia.
Vida: pés descalços.

Noite só. Só. Escuridão.
Árvore estreita.
Pés nus. Procissão.

Sonho adentro
Sonho afora
Pedra adentro
pedra afora.


Pés nus. Procissão.

FILOSOFIA e SAÚDE

Existe uma presença da Filosofia na Saúde e existe uma presença da Saúde na Filosofia. A tradição filosófica, sobretudo a de caráter humanista, sempre investigou os problemas mais graves que envolvem o ser humano em sua existência, curta ou longa, neste mundo. Um dos elementos, talvez o maior de todos, que é fonte perene de sentidos e significações é o sofrimento humano que se faz presente em situações extremas, de uma ponta à outra da vida: do nascimento à morte. A produção de reflexões, visando o sofrimento, encampa todos os fazeres – meios ou fins – do profissional da Saúde. Neste sentido, Filosofia e Saúde se imbricam, tornando-se campos mútuos de interesse. Aqueles que realizam o amparo da saúde do homem fornecem dados invitativos à atenção do filósofo. E este, por sua vez, oferece paradigmas epistemológicos, morais, políticos, existenciais para um sentido do homem contingente que se tornou objeto de ações terapêuticas.

                A história do pensamento está recheada de médicos que se tornaram filósofos. Assim como há filósofos que se voltam para a medicina, mesmo que contextualizada em suas fragilidades, para um suporte melhor de seu edifício teórico. A doutrina de um Platão, por exemplo, não pode ser entendida sem que se remeta à compreensão dos pressupostos científicos de um Hipócrates. Há quem afirme a similaridade de uma área no interior da outra. O projeto aristotélico de uma cidadania pacífica e honesta não se dá, sem que se prescreva um conjunto de dietas para a boa constituição física de um cidadão. Durante os séculos de predominância da Fé cristã sobre a Razão humana, em nome de uma imortalidade da carne, princípios fundadores da dignidade singular de cada indivíduo perfizeram uma visão de homem que até hoje estão a influenciar decisões profissionais e científicas no campo da Saúde. Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino não deixarão de ponderar sobre a natureza do mal que, mesmo apesar de seu caráter moral, não se esquiva de se apresentar pelos efeitos do que é saudável no corpo do homem. Mesmo num renascentista político, como Maquiavel, a medicina se faz presente. Lá, está o príncipe para tratar, com precisão cirúrgica, os tumores sociais.
                Rousseau, no Emílio, ao reivindicar a exclusividade na educação de um espécime humano, considera a medicina um entrave, justamente por sua natureza artificial, interruptora de uma adaptabilidade do homem ao meio natural. Descartes, o racionalista cético que nos brinda com o sujeito epistemológico, se lança sobre o objeto-corpo humano com a mesma curiosidade do anatomista médico. A modernidade, ao mesmo tempo em que libera a Ciência para dessacralizar a natureza, incluindo aí a pesquisa médica, faz dos feitos, realizados deste mesmo conhecimento, o suporte de novas epistemologias. A noção de um mundo de corpos físicos passíveis de explicação mecânica se orienta para e com a medicina. À reboque de Descartes, o filósofo e médico La Méttrie cunha a noção do homem-máquina. De igual forma, uma doutrina que se contraponha à tradição mecanicista inaugurada, seja para ressaltar os sentimentos do homem, seja para enaltecer suas funções vitais, seja ainda para precisar o papel da percepção no conhecimento humano, será ainda o acesso à medicina a atitude mais freqüente.
A pesquisa aparelhada padece de uma ambigüidade, segundo Foucault. Quer liberar o homem e, ao mesmo tempo, produz suas algemas, exercendo o controle sobre os corpos e criando uma política do corpo. Ele não teria vislumbrado isso, sem antes ter partido para a compreensão da clínica. De outra forma, quando o paradigma moderno de Razão e de Ciência começa a trincar, em virtude de sérias críticas, será ainda o fator do sofrimento humano, efetivado sistematicamente por modelos políticos ambiciosos, o ponto decisivo. A Saúde é, sem duvida alguma, o fio condutor das convicções de um Freud. Está, de mesmo modo, em todo o arcabouço virulento de um Nietzsche.
E é ainda a Saúde quem preside as premências éticas dos dias atuais. Seja a saúde do homem, seja a saúde dos animais, seja a saúde do Planeta. Diante da crise de paradigmas, na pós-modernidade, a filosofia tem voltado para sabedorias antigas, como a estóica e a epicurista. E, nestas, pode-se constatar a preocupação generalizada do equilíbrio humano em conformidade com a natureza. E, entre os cuidados recomendados, proliferam as vozes que orientam condutas em relação à finitude humana: a morte. É a saúde entrando, novamente, pela porta dos fundos, para instar à filosofia.
Ocorre que, com a modernidade mesmo, as áreas do saber se tornaram especialidades. As ciências passaram a se justificar pela delimitação de seus objetos. Proliferando-se e reduzindo-se conforme a especificidade de cada uma, ciências de caráter generalizante, como a Filosofia, são facilmente tomadas como dispensáveis ou, outras vezes, não mais são percebidas como conseqüentes para uma área específica, cujo propósito é imediatista e utilitarista. Ela não é percebida, sobretudo em cursos que visam saberes práticos e mercado certo, como coisa essencial. Esta noção, não raras vezes, bate à porta do estudante da Saúde. O que fazer com a filosofia ali, com essa coisa excessiva que parece atrasar propósitos? Em vista disso, assistimos a uma partição desta, que foi o nicho de todos os saberes no passado, em discursos de respaldos, na esperança de que ela justifique sua existência num determinado curso. Assim, quer-se que a Filosofia seja aplicada à Enfermagem, à Farmácia, à Educação Física, à Medicina, etc. Este pensamento é redutor e descaracterizador. Todavia, pensar Filosofia e Saúde não reza por aí. Justamente, porque a imbricação de ambas é muito antiga, está no nascedouro da própria Filosofia. Trata-se de um pensar mais universal que o reduzi-la a pequenas fatias para torná-la atraente a alguns cursos.

Os capítulos desenvolvidos buscam mostrar a relação íntima entre Filosofia e Medicina. Dizer que existe a presença de uma na outra é querer que a Filosofia permaneça inteira em sua identidade e inteira ainda como objeto de investigação. Se ela oferece sentidos sobre o humano do homem, é doadora também de autorizações dos fazeres sobre este mesmo homem. A Saúde é produtora de filosofia. E quer-se que ela, assim como é produtora, tenha, por justiça, uma atitude de escuta e diálogo com o pensamento que provocou.

Imagem: Ciência e Caridade - óleo de Pablo Picasso, 1897.

1 - Apostila "FILOSOFIA e SAÚDE" - 1ª Parte
2 - Fenomenologia da percepção (Maurice Merleau-Ponty)
3 - Aprender a viver (Luc Ferry)
4 - O normal e o patológico (Georges Canguilhem)
5 - O conhecimento da vida (Georges Canguilhem)
6 - Escritos sobre medicina (Georges Canguilhem)
7 - Vigiar e punir (Michel Foucault)
8 - O nascimento da clínica (Michel Foucault)
9 - A solidão dos moribundos (Norbert Elias)


SLIDES:

1 - Saúde nos pensadores pré-socráticos I
2 - Saúde nos pensadores pré-socráticos II
3 - Hipócrates: a Medicina como Ciência
4 - Sócrates e Platão: a cura da alma
5 - Saúde e corpo em Platão
6 - Aristóteles: a Saúde como virtude e dever do Estado
7 - Epicurismo e Estoicismo: a vida fruída e o medo de morrer
8 - O cristianismo e suas relações com a Saúde
9 - A modernidade - Ciência e Razão: a visão mecanicista
10 - A visão mecaniscista e o elogio do homem-máquina


Curso FILOSOFIA e LITERATURA - CONTOS

Prezados (as) Cursistas,
disponibilizamos, a seguir, todos os contos que serão utilizados em cada um dos encontros do Curso. Se possível, solicitamos a sua prévia leitura, sobretudo dos contos mais extensos. Bom proveito!

1º ENCONTRO - O indivíduo entre a liberdade e a norma (Sábado, 22 de fevereiro)

1 - A moça tecelã (Marina Colasanti)
2 - A senha (Moacyr Scliar)
3 - Na colônia penal (Franz Kafka)
4 - Robespierre e seu executor (Luis Fernando Veríssimo)
5 - Três ovos de páscoa (Dalton Trevisan)
6 - Um homem de consciência (Monteiro Lobato)

2º ENCONTRO - O homem e suas contradições e ambiguidades (Sábado, 8 de março)

1 - A igreja do diabo (Machado de Assis)
2 - Bonóculos (Carlos Drummond de Andrade)
3 - Eu e Bebu na hora erma da madrugada (Rubem Braga)
4 - O curso de formação de profetas (Moacyr Scliar)
5 - Perdoando Deus (Clarice Lispector)

3º ENCONTRO - Os contornos da individualidade no corpo social marcados pelos dualismos (Sábado, 22 de março)

1 - A terceira margem do rio (João Guimarães Rosa)
2 - Amor grego (Aguinaldo Silva)
3 - Bela como uma paisagem (Marina Colasanti)
4 - O terceiro irmão (Ricardo Ramos)
5 - Os filhos do andrógino (Moacyr Scliar)

4º ENCONTRO - O homem moderno instrumentalizado e sua relação com o inumano (Sábado, 12 de abril)

1 - A vaca ( Moacyr Scliar)
2 - Conto alexandrino (Machado de Assis)
3 - Diálogo da relativa grandeza (J. J. Veiga)
4 - O cágado (Almada Negreiros)
5 - O conto da ilha desconhecida (José Saramago)

5º ENCONTRO - O homem entre a certeza e a dúvida (Sábado, 10 de maio)

1 - Cego e amigo Gedeão à beira da estrada (Moacyr Scliar)
2 - João Porém, o criador de perus (João Guimarães Rosa)
3 - Se eu seria um personagem (João Guimarães Rosa)
4 - Sobre a escobva e a dúvida (João Guimarães Rosa)

6º ENCONTRO - O homem diante da morte (Sábado, 31 de maio)

1 - Mas vai chover (Clarice Lispector)
2 - Pinguinho (Viriato Corrêa)
3 - Poema de duas mãozinhas (Jorge de Lima)
4 - Ruído de passos (Clarice Lispector)
5 - Trivial variado (Ricardo Ramos)
6 - Uma vela para Dario (Dalton Trevisan)
7 - Tarde de sábado, manhã de domingo (J. J. Veiga)


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Filosofia Através dos Contos


O Curso de Extensão “Filosofia e Literatura – A filosofia através dos contos” pretende, em seis encontros, promover reflexões filosóficas e estéticas através de contos selecionados da Literatura Brasileira e Universal, com temáticas variadas e adoção do vasto repertório de pensadores tradicionais e atuais. O curso é voltado prioritariamente para os alunos do Curso de Letras, mas é extensivo a todos os acadêmicos do Centro Universitário UnirG quanto de outras IES e da comunidade.
A necessidade de realizar leituras mais pertinentes sobre as obras de arte disponíveis, como as produções literárias, de modo que as reflexões filosóficas assumam um caráter diversificado e venha a fazer parte do cotidiano das pessoas. A Literatura discute valores éticos e, às vezes, denuncia condições cristalizadas de dogmatismos, assim como os riscos da perda de referência. É preciso, assim, ultrapassar a leitura como simples fruição ou  como puro entretenimento e perceber que, mesmo no entretenimento, há significados relevantes. De outro modo, é o papel da Universidade não é somente o de promover cultura e preservá-la, mas o de estudá-la, discuti-la, avaliá-la. Este projeto, nesta atual modalidade, através das obras literárias selecionadas, busca discutir aspectos inerentes às questões da Filosofia, no processo histórico e nos dias atuais.
Você está, portanto, convidado a fazer este caminho conosco. O curso será coordenado e ministrado pelos professores José Carlos de Freitas (professor de Filosfia da UnirG) e Fabiano Donato Leite (professor de Literatura do Curso de Letras da UnirG).
O primeiro semestre letivo de 2014 pretende ser o começo de um círculo de estudos que se desdobrará em outras etapas dos semestres seguintes. A Literatura é uma fonte perene de reflexão filosófica e pretendemos seguir os seus trilhos.
A seguir, você tem um formulário eletrônico para sua inscrição. Agradecemos o seu interesse.